30 de junho de 2009

Cê é punk mano? E não conhece The Ex? Então não é...

Crítica, música de subsolo, punk, experimentos... Se existe uma banda que realmente faria jus à alcunha indie, punk, underground, submúsica, essa banda seria o The Ex: punk não somente pelo estilo das músicas, que seria um punk misturado com tudo quanto é experimento musical do mundo, mas também por causa do sentido social punk mesmo, eles tentam a todo custo resistir às tentações das facilidades da música vendável, sem fazer disso um outro estilo vendável, e sem levantar bandeiras demagógicas... as coisas fluem sem partidarismos, sem desconfiança. Eles sabem bem os laços que sufocam a vida do cotidiano, e tentam escapar deles. Como disse Cláudio Roberto Duarte, no seu blog, O Militante Imaginário, há algum tempo,

The Ex se impôs a criação da música turbilhão, tumulto, confusão, como se fosse a imitação da complexidade, da velocidade e do obscurecimento das grandes metrópoles. São uma espécie de Kafka do rock. Até mais que o Fugazi, e um pouco como o Sonic Youth, criaram um estilo próprio de tocar seus instrumentos, com guitarras em diálogo, dissonantes e "percussivas", sistematicamente integrada com a baterista, uma verdadeira percussionista (nenhuma música tem bateria com andamento 4x4), além de cantora impressionante. Mas é na voz do vocal principal do The Ex que reside a confirmação do conflito, da confusão, do emparademento do sujeito tentando resistir ao mundo da total alienação. Seu modo de cantar desgovernado, num ritmo falado, livre, quase flutuante, como nos melhores momentos de Jello Biafra, é a exposição a olho nu da forma social do sujeito encurralado entre os poderes do capital e do Estado.

Sem tirar, mas pondo, subo o EP de 1986, “1936: The Spanish Revolution”. Não tem nada de músicos de lugares diferentes, mas tem lembranças de um tempo em que as lutas e as batalhas eram mais visíveis. Hoje a gente faz guerra e nem sabe, leva bomba e não percebe, morre e nem se liga.

2 comentários:

  1. Salve Regis! Thanks for share The Ex stuff!
    The weirdest version of 'Ay Carmela' i´ve never listened, his spanish ere really awful but they have a porwerful rythm.
    Love 'People Again' too, so 90s!

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e ae?